Copo de 3: setembro 2005

27 setembro 2005

Copo de 3 na Quinta do Zambujeiro


Desta vez fomos visitar a Quinta do Zambujeiro, situada perto de Rio de Moinhos - Borba, este produtor pouco conhecido por Portugal dedicado à exportação, apesar de neste momento o seu nome já ir aparecendo em algumas garrafeiras nacionais.
Com a primeira colheita a aparecer em 1998, este produtor dispõe de cerca de
30 ha de vinha com idades entre os 2 e os 32 anos, onde se encontram as castas: Trincadeira, Aragonez, Periquita (Castelão Francês), Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon.


Com uma gama composta por 3 vinhos, o topo de gama “Zambujeiro”com 5000 garrafas , o “Terra do Zambujeiro” com 27000 e o mais discreto “Monte do Castanheiro” com 54000.
Recebidos pelo simpático gerente Nuno Malta, começou a visita com uma passagem pela zona onde é feita a fermentação do vinho, em destaque os balseiros de madeira francesa para fermentação em contacto com películas durante quase 6 semanas que lhe vai dar uma grande extracção de matéria, tal como de concentração, das castas que fazem parte do lote do Zambujeiro, sendo os restantes lotes fermentados em inox, aproximadamente durante 3-4 semanas.


O processo passa depois para barricas de carvalho francês, onde se dá a malo-láctica, passando depois novamente para madeira onde acaba de fazer o seu estágio, que corresponde a 24 meses para o Zambujeiro em madeira nova e Terra de Zambujeiro 50% madeira nova e 12 meses para o Monte do Castanheiro em 30% madeira nova.


De seguida deu para ver as novas barricas acabadas de chegar, para receber os novos vinhos de 2005, na outra sala ao lado, uma das duas salas de estágio em barricas, onde se encontrava o Terra de Zambujeiro 2003, e o Zambujeiro 2003 que se provou.


Na outra sala ao lado, tinha em estágio vários lotes, deu para provar a Touriga Nacional (a casta no estado puro, fresco, floral, com tudo muito bem equilibrado,tem estrutura, tem frescura, tem tudo...), a Aragonez (mostra-se muito frutado, com um final a lembrar caramelo de leite e açucar queimado) e um blend de Cabernet com Touriga, que possivelmente vai entrar no lote do Zambujeiro 2004.
Para finalizar em grande uma prova com a gama completa de 2002.


- Monte do Castanheiro 2002
Elaborado com as castas Trincadeira 90% e Periquita 10%
Este é o vinho mais simples da gama deste produtor, que se apresenta com uma côr ruby de média intensidade. No nariz, entrada em pleno da Trincadeira com notas florais, acompanhadas de notas verdes.Boa interligação do Castelão/Periquita, no conjunto, com notas frutadas vermelha/preta a juntar às notas frutadas da Trincadeira. Com tempo no copo vai evoluindo e mostra as notas do estágio em barrica, aparecendo algum torrado, um leve cacau e um final de fumo.
Na boca tem uma boa entrada à fruta, com alguma presença de aromas verdes. Corpo médio, num conjunto equilibrado e bem feito, com um final de boca mediano, naquilo que em conjunto se pode chamar de um vinho simpático. 15,5


- Terra do Zambujeiro 2002
Elaborado com as castas: 17% Alicante Bouschet, 36% Aragonez, 15% Periquita e 32% Trincadeira
Apresenta-se com 15% e com uma tonalidade ruby escuro, um pouco mais concentrado que o vinho anterior.
Na nariz mostra boa concentração de aromas, entrada inicial com destaque para os florais da Trincadeira, muita fruta vermelha e preta (ameixa, amora ) de boa qualidade e bem madura. Evolução para aromas especiados, pimentas, leves notas do estágio em madeira(leve cacau, tabaco) em fundo com um final fresco, lembrando pinheiro.
Na boca tem um bom corpo, mostra-se mais vinho que o anterior, mais concentrado, redondo na boca, taninos macios, equilibrado e bem feito. Dá a sensação de ser um pouco adocicado na boca, estando em harmonia com o conjunto nariz/boca com final fresco com o tal aroma a pinheiro. 17


- Zambujeiro 2002
Elaborado com 11% Alicante Bouschet, 11% Aragonez, 11% Cabernet Sauvignon e 67% Touriga Nacional
Apresenta-se com 15% com uma tonalidade granada escuro, muito concentrado, denso.No nariz entrada floral da Touriga, com notas verdes e fruta madura, aroma fresco, algum pimento, destaque para as notas derivadas do estágio em madeira (cacau, torrados), algumas notas especiadas. Na boca tem uma boa entrada, com corpo de nível, floral juntamente com fruta, notas verdes, conjunto bem interligado com o nariz, tudo em harmonia e equilibrio, os 15% não se notam, com muito bom corpo e qualidade no seu todo. Final especiado com algum mentol, que dá frescura e um final longo e agradável ao vinho e uma persistência alta. Um vinho diferente dos vinhos Alentejanos. 18


- Zambujeiro 2003 (amostra de barrica): Com a Touriga Nacional a dominar a prova com muita nota floral, mostra também fruta bem madura de grande qualidade, o trabalho da madeira está presente, notas especiadas, ainda um pouco de álcool, mas a mostrar grande nível. Vamos esperar para vêr como vai sair lá para Maio do próximo ano.

Mais uma Grande Adega do Alentejo, com vinhos de excelente qualidade que merecem ser conhecidos. São de grande referência no estrangeiro, e apreciados por muitos. Falta começar a conhecer por cá. Os meus parabéns a esta Quinta do Zambujeiro.

25 setembro 2005

PROVA Baltasar Gracián Garnacha Viñas Viejas 2001

Elaborado com Garnacha proveniente de vinhas velhas com mais de 60 anos, com estágio em barrica durante 10 meses, este vinho apresentou-se com 14% e tonalidade ruby escuro.
No nariz, mostrou uma entrada de grande nível, destacando a fruta vermelha e preta ( bagas, framboesa, amora)bem madura em compota e os aromas do estágio em madeira (chocolate, torrados, baunilha, café), que se revela muito bem integrada sem grandes excessos, e de grande qualidade, tudo em boa concentração, que com o tempo vai deixando entrar no copo, especiarias (pimenta) com final mineral acompanhado de uma pontinha mentolada.
Na boca, tem corpo médio, mostra grande equilíbrio entre componentes, encontramos a qualidade do nariz, vinho saboroso, muito bom na boca, guloso e com taninos sedosos que dá grande prazer a beber. Tem um final ligeiramente especiado, pimenta, acompanhado por uma ligeira frescura derivada dos balsâmicos (mentol) que em conjunto faz ter uma persistência final elevada.
Para juntar a tudo isto, um preço de 6€ que o faz ter uma das melhores relações preço/qualidade que conheço, um vinho que dá muito prazer a beber a um preço simplesmente fantástico.
17,5

PROVA Verdejo Vs Verdelho

Em prova dois vinhos com uma indicação igual para a casta, talvez os melhores exemplares mas o certo é que a Verdelho é a Gouveio enquanto que o Verdejo é o Verdelho da Madeira.
Os escolhidos foram, José Pariente Verdejo 2004, com fama e proveito de um dos melhores Verdejos de Espanha, proveniente da zona mais conhecida pelos seus Verdejos, a D.O. de Rueda, e o outro vinho o Esporão Verdelho 2004, das terras do Alentejo, e recentemente galardoado com um prémio de excelência num concurso no Alentejo. Vamos então ver como se portaram estes dois irmãos de países diferentes unidos pela mesma casta, e estágio em Inox.

José Pariente Verdejo 2004

Apresentou-se com uma graduação de 12,5% e uma tonalidade amarela com tonalidade dourada e reflexos esverdeados.
No nariz, grande entrada inicial de fruta tropical (manga, lima) fruta branca (pêra, maçã), leve toque floral acompanhado de aromas a relva fresca, com leve ponta de mel e um final mineral, tudo isto num Bouquet de grande nível e intensidade.
Na boca, mostrou uma boa entrada com corpo médio, correcta ligação aos nariz com fruta bem presente, acidez muito bem colocada no conjunto dando uma frescura bem agradável ao vinho com final de boca levemente mentolado que faz o final de boca ser longo e bastante agradável.
Um Verdejo que mostrou o porquê da sua fama, e com um excelente preço de 6€.
17,5

Esporão Verdelho 2004

Apresentou-se com uma graduação de 13,5% e uma tonalidade amarelo muito claro com reflexos esverdeados.
No nariz entrada mediana com fruta tropical (manga, lima) , ligeiro toque melado com uma ponta mineral aliada a umas notas de erva fresca.
Na boca, mostrou corpo médio, entrada frutada, fresco e leve com acidez a dar uma boa dose de frescura ao vinho, final mineral com persistência final média.
Mostrou os argumentos pelo qual foi eleito como vinho de excelência, ficando à frente de grandes nomes da enologia do Alentejo. Provado novamente encontra-se em grande forma pelo que ainda aguenta mais uns tempos de guarda.
16,5

Conclusão: O Verdejo mostrou-se claramente mais vinho, com uma maior e melhor concentração de aromas, contra um Esporão de muito bom nível, mas que se mostrou mais ácido, e com menos argumentos face a um Verdejo de luxo.

24 setembro 2005

Feira do Vinho...só eu sei porque fiquei em casa...

Este ano, as sempre tão esperadas Feiras do Vinho, podem ser consideradas uma desilusão, para não dizer que são mesmo uma grande miséria.
Já se sabe que Portugal se encontra em crise, pelo menos é o que nos dizem, pois ao olhar para certas coisas, parece que a crise será só para alguns, mas isto agora não interessa.
Interessa sim a qualidade que deixa muito a desejar nas Feiras do Vinho este ano em todos os Hiper.
Pelo que consegui apurar, no Pingo Doce vinhos em que a média de nota ronda os 16 valores, e em que Topo de Gama é palavra não encontrada nas ditas prateleiras, na minha zona apenas um simples e pequena prateleira com alguns vinhos, de gama média, modestos e nada de mais, aqueles topo de gama que vão saindo não apareceram, os Raros e Preciosos por terras do Alentejo não os encontro, pelo menos Estremoz não tem direito... mais uma política que faz esquecer o Interior do País.
Temos de nos contentar com os topos de gama Alentejanos, pois a possibilidade de Topo de outras regiõs por cá aparecerem fica colocada de parte com a não presença nos Pingo Doce de algumas zonas.
No Intermarche a questão ainda ficou pior, visto que os vinhos da suposta Feira foram colocados juntamente com os restantes nas prateleiras da zona de vinhos... é um autêntico Descubra você mesmo.
Outra coisa que está fraquinha fraquinha é a questão dos catálogos, em alguns casos não se fizeram, noutros casos são misturados com outros produtos, e os que se encontram são fracos e a dita qualidade do papel enfim... crise.
Posso pensar que das duas uma, ou os Hiper com medo da crise, não apostaram em gamas muito caras com medo a que o vinho não seja vendido, ou então o que está mesmo a dar, são os vinhos de gama média, na volta dos 3-6 €.
Pois parece bem que sim, a moda do paga 4 leva 5 está bem patente nas auto proclamadas Feiras de Vinho, para isso compro o vinho aqui no Alentejo, onde por exemplo o Anta da Serra 2004 Branco na compra de uma garrafa oferta de outra, ficando cada garrafa a 1,20€, nada mal para um Talha de Prata, de bom nível.
Em especial destaque o Quinta dos Grilos 2003 Tinto, com grande relação preço/qualidade a rondar os 2,60€ consegue estar presente em quase todas as Feiras do Vinho, apesar de no contra rótulo dizer que é uma colheita limitada... nem quero pensar em como vai ser uma colheita normal, se é que colheita normal existe.
Enfim, sempre se compram uns vinhitos para o dia a dia, para o petisco com os amigos, e nada de mais... pois os tais vinhos de topo que aparecem com baixo preço e nunca aparecem nas prateleiras... tal como me foi dito por um empregado de um Hiper, «Esses nem chegam a vir para cá, os lá de cima compram logo tudo, por exemplo no ano do Batuta e do Pera Manca, vieram poucas e o patrão ficou com todas.»

E pelo que se pode constatar, este ano no Pingo Doce, que eu sempre considerei como a melhor Feira do Vinho, pode-se ler o seguinte: Grandes Vinhos a menos de 5€... pronto acho que está tudo dito. Os tais Raros e Preciosos só eu sei porque ficaram em casa.

Visitada a Feira do Vinho do Feira Nova, a nível de qualidade pode-se dizer que é das melhores, senão mesmo a melhor. Tem um catálogo bem cuidado e com propostas bem interessantes, algumas novidades e outras que como quase sempre aparecem no catálogo e nunca são presença nas prateleiras, alguém se deve esquecer delas não sei onde...
Para os curiosos o dito vinho Alento, que aparece na Revista dos Vinhos, está nesta Feira como exclusivo e custa coisa de 4€, a nota de prova muito em breve.

23 setembro 2005

PROVA Quinta da Lapa Reserva 2002

Este vinho do Ribatejo, não tem qualquer indicação de castas ou estágio, apresenta-se com 13% e uma tonalidade Ruby escuro.
No nariz mostrou-se com impacto de fruta em compota, notas verdes, baunilha, notas florais, abre com o tempo para notas de fumo, tabaco e leve licôr. Mostra-se fresco no aroma, com uma ponta de álcool no conjunto.
Na boca, mostrou corpo mediano, com fruta em destaque, acidez algo em destaque com uns toques verdes, persistência final média/alta, com final um pouco com álcool.

13

19 setembro 2005

DJ REVISTA DOS VINHOS

Todos sabemos o que é um DJ, aqueles senhores e senhoras que nos dão música que nós gostamos de ouvir e fazem grandes misturas de temas bem famosos, levando à pura loucura grandes multidões de pessoas.
Neste caso em concreto, também a Revista dos Vinhos, tem esse papel de nos dar música no bom sentido da palavra, agradando mais a uns do que a outros.
O que eu aqui venho falar, é mais uma vez da dita mistura que se consegue fazer numa prova cega. Em causa a nova prova cega dos vinhos estrangeiros por Portugal.
Se sempre me disseram que, os vinhos brancos são completamente diferentes dos tintos, e que um vinho com madeira é diferente de um vinho em inox, mais uma vez dita Revista, consegue misturar tudo numa prova cega, Brancos com Rosés e Tintos, ali tudo juntinho ao lado uns dos outros, sendo o produto final digno de uma das melhores misturas de um DJ VIBE ou Fat Boy Slim.
O que eu não imagino será uma prova cega, em que se provam os tintos misturados com os brancos e no meio um rosé... muito bem colocado, em destaque.
Será que é correcto, ou se deve e pode comparar um Touriga Nacional Rosé com um Touriga Nacional com estágio em madeira ? ou mesmo um Viognier com um Baga ? ou mesmo um Sauterne com um Rosé.
Como Apreciador de vinho eu não vejo que as coisas sejam muito correctas, pelo menos no meu ponto de vista, penso que tem um pouco de scratch a mais mas pronto, no mundo da música alternativa os DJ´s são livres de fazer as misturas ao seu gosto.

Mesmo que a dita prova tenha sido feita em 3 dias, com os ditos vinhos a serem provados em separado, depois é colocado tudo no mesmo conjunto. Aí é que eu não concordo, pois acho que os tipos de vinho tal como as notas são diferentes para brancos, tintos e rosés. Ao colocar tudo junto, surge alguma confusão, enfim é a minha maneira de pensar, mesmo que muita gente não goste.

17 setembro 2005

O FUTURO É VINHO A COPO

Como nós sabemos o que falta é vinho a copo, enquanto em Espanha é mais que normal, por cá pedir isso é como se fosse um ET. Parece que o fenómeno vai surgindo a conta gotas por terras de Portugal, podemos dizer mesmo que, poucos mas bons, mas mesmo assim temos que fazer, deste ainda pequeno negócio, algo a nível Nacional. Se bem que em alguns dos casos, o preço por copo de vinho ainda seja muito elevado, mas tal ainda se deve, a que a mentalidade não está completamente virada para este processo, e a vontade de lucro fácil, dá sempre um empurrão. Porque acho um pouco abusivo, querer apenas beber um copo de vinho, e ficar ou limitado a uma zurrapada da casa, ou a ter de pagar uma garrafa inteira.

15 setembro 2005

PROVA Quinta da Pellada Tinta Roriz 2000

Falar de Dão, é falar de Álvaro de Castro, e de Quinta da Pellada, e ao mesmo tempo falar de qualidade.
Este vinho é um exemplo fiel, elaborado apenas com Tinta Roriz (Aragonês), tem estágio de 8 meses em Carvalho Americano 50% e Carvalho Francês 50%, apresentando-se com 13,2% de álcool.
Côr granada.
No nariz mostra-se concentrado, com boa entrada de fruta vermelha madura, vai evoluindo, dando lugar para os aromas derivados do estágio em madeira e também da evolução em garrafa, caramelo de leite, notas de esteva, fumo, torrados, baunilha, chocolate, tudo vai aparecendo numa constante evolução no copo.Muito bom bouquet, bem equilibrado e de bom nível.
Na boca é redondo, tem a presença da fruta, algum chocolate aliado a uns taninos sedosos, leve acidez que lhe dá uma frescura muito agradável em final especiado, final longo.
Muito bom vinho, que se apresenta com o perfil da Tinta Roriz em versão Dão.
17

13 setembro 2005

PROVA ENATE Rosado 2004

Este Rosado,da DO Somontano, foi eleito como um dos 3 melhores Rosés da Vinexpo, ficando incluido no lote de 10 vinho estrela da prova realizada, e foi o único vinho Espanhol incluido nos 10+.
Elaborado apenas com Cabernet Sauvignon apresenta-se com 13% e uma tonalidade morango escuro.
Nariz com fruta vermelha madura de bom nível (framboesa, morango), notas de pimento, floral e algum vegetal. Tudo muito bem enquadrado num bouquet de bom nível, em que nada se destaca em excesso.
Na boca é muito muito afinado, destaque para a fruta, com tudo no ponto certo, acidez o suficiente para dar ao vinho uma frescura cativante, com bom corpo, o álcool nem se dá por ele, redondo na boca sem os devaneios adocicados que por cá moram. Tem uma persistência final média/alta.
Rosé com um perfil diferente, mas com grande nível, afamado pelos lados de Espanha e depois de provado é que se entende o porquê de tanta fama... 16,5

12 setembro 2005

PROVA Ana Viera Pinto VQPRD 2002 e 2003

Provados dois VQPRD tintos de anos diferentes, deste produtor da zona de Borba, em questão um 2002 e um 2003, ambos elaborados com as castas Aragonês, Trincadeira e Alicante Bouschet.
O primeiro vinho de 2002, apresentou-se com 12,5%
Tem uma tonalidade granada, com um ligeiro toque tijolo que mostra já alguma evolução.
No nariz consegue mostrar notas de fruta madura, ligeira compota, aromas vegetais, num conjunto fácil e curto.
Na boca, entrada frutada, com compota, fumo, vegetal, mostrou-se com um corpo mediano aliado a uma adstrigência que sai fora do contexto. Nota de licôr no fundo, com lembrança de álcool a incomodar durante a prova. Persistência final média/curta.
13


O vinho de 2003, apresentou-se com 13%
Com tonalidade granada, no nariz já se mostrou bem diferente do seu irmão mais velho. Entrada com fruta vermelha e negra bem madura e com alguma compota, de melhor qualidade, mais intensa, aromas vegetais e ligeiro floral, vinho que se nota mais quente e mais concentrado.
Na boca, mostrou-se mais vinho, algo mais encorpado, com melhor ligação do álcool com o restante conjunto de notas frutadas, com vegetal e algum químico.
Ligeira adstrigência e acidez que dá um pouco de frescura a um conjunto que se mostra igual a tantos outros, bem maduro e afinado com persistência final média/curta.
14

07 setembro 2005

PROVA Soñal Vendimia Seleccionada Ribeiro

Este vinho sem ano de colheita indicada, é feito com Palomino, e apresenta-se com 11%
De côr citrina, muito leve, apresenta-se no nariz com aroma simples e frutado alguma intensidade (pêra, melão), leve tom floral, mel e gomas.
Na boca tem uma entrada frutada, corpo suave e fresco, com bom equilibrio e acidez viva que lhe dá uma boa dose de frescura. Leve pontinha mineral que dá alguma persistência ao vinho.
Não sendo um vinho de chorar por mais, é dos vinhos mais vistos por alguns dos restaurantes da Galiza , e no supermercado em Padron custou cerca de 1,50€, um preço agradável, para uma qualidade também ela agradável. 12,5

06 setembro 2005

PROVA Mateus Branco

Este vinho passa bem desconhecido ao lado do Gigante Mateus Rosé... aqui fica a prova do irmão mais pequeno do Rosé.
Ao ser servido, apresenta muito gasoso, mesmo muito, ficando constante durante a prova.
De cõr, tem uma tonalidade amarelo muito claro.
No nariz tem aroma frutado muito leve e frágil, com umas indicações frescas no aroma, limitando-se apenas a isto.
Na boca é simples, liso, o mais simples possível, acidez refrescante e equilibrio no corpinho que apresenta, deixa uma leve recordação na boca a fruta, com uma pincelada de mel, mas nada mais.
Mais parece um branco com gasosa... mas que como aperitivo numa noite quente de Verão, serve muito bem.

11,5

Eu ainda sou do tempo em que...

Com um constante aparecimento de novas marcas de vinho, muitas outras ficam quase como esquecidas, quase que remetidas a um canto, porque quando se compra, se quer uma novidade e não aquele vinho que sabe sempre ao mesmo... e que muitas das vezes já enjoa.
A verdade, é que muitas delas não resistem e com o passar do tempo ou desaparecem, sem que ninguem nota a sua falta, ou simplesmente sofrem um processo de maquilhagem, para que apareçam novamente no mercado e o consumidor menos atento compre, porque tem novo rótulo e o vinho deve ser melhor, é o chamado Marketing, produtos mais apelativos chamam mais o consumidor.
Mas muitas destas marcas, fazem parte da nossa vida, muitas até da vida dos nossos pais e avós, são as marcas pioneiras, as que deram o salto, as que simplesmente ajudaram a que o nosso vinho seja aquilo que é hoje...

Serradayres: Uma das marcas de vinho mais antigas de Portugal é a Serradayres, originária em finais do séc XIX, que hoje em dia pertence às Caves Dom Teodósio.
A Serradayres, foi criada pelo Conde Castro de Guimarães em 1896, que iria ser transferida para a família de Henry Dupuy em 1951, que no mesmo ano a cedeu à firma Carvalho Ribeiro e Ferreira (origem nos finais do séc XIX).
Em finais dos anos 80 passou para as mãos da Cockburn, até que em 1999 foi comprada pelas Caves Dom Teodósio (que tem origem em 1923).

Periquita: Esta famosa marca de vinhos, que recentemente fez 150 anos, teve início nos finais do séc XIX, e faz parta da José Maria da Fonseca.
Os vinhos desta casa, são também marcantes no nosso Portugal, e marcas como BSE aparece em 1945, Dão Terras Altas em 1955, Pasmados (antigo Branco Velho e Tinto Velho) em 1959, Palmela Clarete em 1969 (vai dar nome aos Camarate Clarete e Camarate, e em 1985 a Quinta de Camarate), os famosos e também enigmáticos Garrafeira em 1945 até aos dias de hoje P, DA, AE, CB, EV, MC, CO, TE, RA.
Lança também mais um exito de vendas, o Lancers pelas mãos do Eng António Porto Soares Franco em 1945.

João Pires: Nos dias que correm já passou por JP Vinhos e hoje em dia é Bacalhoa Vinhos. Vinhos importantes no panorama nacional, como Cova da Ursa Chardonnay em 1986, Quinta da Bacalhoa em 1979, Má Partilha em1986, Catarina em 1981, por terras de Alentejo, o Tinto da Anfora em 1978 e o Herdade Santa Marta em 1987.

No plano de Vinhos Verdes, Denominação que aparece em 1908, surge o Aveleda em 1946 da Sociedade Agricola e Comércio Quinta da Aveleda, e também o Alvarinho Palácio da Brejoeira em 1977 pela vontade de D. Maria Hermínia de Oliveira Paes, juntamente com o Eng Amãndio Galhano.

No Dão, região demarcada desde 1908, surge em 1984 a Sociedade de Vinhos Borges, e em 1957 por parte da Vinicola Vale do Dão, o famoso Dão Pipas.

No Douro, Fernando Nicolau de Almeida e o Eng José Maria da Fonseca, dão início ao mito Barca Velha no ano de 1953, sendo que o Reserva Especial aparece em 1962, o Esteva em 1984.
Outra das marcas grandes do Douro, Quinta do Côtto Grande Escolha, vê luz em 1980.

O mais internacional dos nossos vinhos, Mateus Rosé, respira pela primeira vez na década de 40.
Como curiosidade, da abertura em 1937 da Feira Popular de Lisboa, surge aquele que seria o primeiro Rosé de Portugal, o Faísca.

Pelos vinhos do Alentejo, muito se pode contar, são bastantes as adegas onde o vinho era produzido muito antes de 1900, Cartuxa, Casa José Sousa, Quinta Dona Maria...
Com 50 anos a Coop de Borba , Coop Portalegre e Coop Granja, os famosos Montes Claros, que foram comprados pela Coop de Borba... Surge o gigante Esporão nos anos 80, o mítico Pêra Manca em 1990 (mas a sua história remonta à descoberta do Brasil).

02 setembro 2005

PROVA Tapada do Barão 2002

Vinho da zona de Reguengos, do Monte dos Perdigões, produzido por Henrique Granadeiro.
Pelas mãos de Paulo Loureano, sai este vinho feito com Trincadeira, Aragonez, Cabernet Sauvignon, Castelão, Syrah, Alicante Bouschet, Merlot e Tinta Caiada.
Tem estágio em carvalho allier de grão fino com queima média e em inox.
Aprensenta-se com 12,5% e uma tonalidade granada.
No nariz, boa entrada de fruta em compota, tabaco, cacau, aromas verdes e alguns florais,torrados, baunilha, pimentos, tudo muito bem ligado entre si, e com ligeira evolução no copo, um vinho apelativo pelos seus aromas, mas nada de muito complexo.
Boca, nota-se o estágio em madeira que lhe trás alguma complexidade na boca, fruta e notas verdes, tudo em conjunto, com corpo médio, tem uma leve adstrigência aliada a uma acidez que lhe dá um ligeiro toque fresco, persistência final média/alta com um final a lembrar tabaco e cacau.
16

PROVA Navarros Colheita Seleccionada Branco 2004

Vinho Regional Minho, da zona dos Vinhos Verdes, produzido por Armando Silva Costa e foi Excelência no Concurso Vinho Regional Minho Engarrafado 2005.

É feito com as castas Arinto e Avesso, tem 12,5%, e apresentou-se com uma tonalidade amarela, muito clara com reflexos erverdeados, a denotar um estágio em inox. No nariz, inicialmente tem libertação de carbónico, o mesmo aparece ao servir o copo, mas que passa em pouco tempo, para se começar a mostrar com notas de fruta (maracujá, pêssego, maçã verde), alguma erva fresca, toque a mel, tudo em conjunto a fazer um bouquet fresco e cativante, guloso ao mesmo tempo, com uma ponta mineral.

Na boca mostra a fruta bem presente, corpo elegante, com acidez a dar uma boa frescura ao vinho, tem uma toque mineral no final de boca com persistência moderada, que poderia ser melhor, no final tem uma ponta de Carbónico. É um vinho cativante, bebido fresco é bastante agradável. Uma grande aposta, e bela estreia... 16

 
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