Copo de 3: julho 2016

20 julho 2016

Monte da Ravasqueira Alvarinho 2015


Acabada de chegar a nova colheita do Monte da Ravasqueira Alvarinho, desta vez 2015, um branco bem fresco e focado nos aromas/descritores básicos que nos fazem recordar a casta. Claro que vão dizer que não é de Melgaço/Monção e que se nota que lhe falta aquela acutilância qual fio da navalha que acompanha grande parte dos Alvarinhos daquela região. Neste caso o aroma é muito coeso e preciso, boca com muita frescura num todo onde os cantos se mostram algo arredondados mas com a acidez a tomar conta do conjunto. Mais do que um belo vinho branco é um belo Alvarinho, independentemente de onde tenha nascido. O preço atira-o para a casa dos 15€ na loja online do produtor, quanto ao resto é fazer-lhe a vontade e ter uma caldeta de peixe do rio para o acompanhar. 91 pts

18 julho 2016

Frasqueira Soares Franco – Ramiro Magalhães – Vintage 1878


A segunda garrafa conta uma história diferente e que nos remete para o Vinho do Porto, também ostenta o nome Frasqueira Soares Franco cujo rótulo apenas mostra R.M 187X. Dada a idade das duas garrafas o tempo encarregou-se de comer grande parte dos rótulos e com eles a sua preciosa informação, no Madeira salvou-se a data numa fita de papel e neste Vinho do Porto ainda lhe resta algo de contra rótulo. Confirma-se posteriormente que as iniciais remetem para Ramiro Magalhães, um antigo comerciante de Vinho do Porto que morava no Bombarral. Ramiro Magalhães foi homem importante na sua terra, grande negociante de vinhos que para o seu tempo teria sido dos primeiros a ter automóvel e motorista. No contra rótulo consegue-se vislumbrar que o número que falta ficando o ano completo deste Vintage de 1878, o último ano pré filoxera. Neste caso não haverá muito mais a dizer, a informação restante apenas nos remete para o ano em causa que foi considerado ano clássico de Vintage.

Frasqueira Soares Franco – Ramiro Magalhães – Vintage 1878: Um Vintage com 138 anos de vida, sim disse vida porque apesar de a tonalidade lembrar um tawny velho é notável a frescura e a definição aromática. Muito preciso e delicado, enorme elegância com aromas a fazer lembrar tabaco doce, especiarias finas, casca de laranja cristalizada, fruta em passa com tâmaras, conjunto acolhedor e ligeiramente untuoso. No palato entra guloso, untuoso e com bom volume de boca, ligeiro vinagrinho, é quase como um berlinde doce e fresco que se vai desfazendo no palato até que apenas resta um fino e prolongado final de boca. Majestoso.

Monte da Ravasqueira branco 2015


Quando se procura um vinho branco daqueles que não falha e cuja qualidade está assegurada num patamar acima da média, este Monte da Ravasqueira (Alentejo) branco é disso um perfeito exemplo. Por pouco mais de 5€ trazemos para casa um branco muito bem feito, com muita fruta a mostrar-se ao lado de aroma floral e muito primaveril, num conjunto envolto em frescura e que agrada quando o cheiramos. Na boca continua a dar a boa prestação que deu no início, num conjunto fresco, estrutura mediana e marcado pelo sabor a fruta madura e de travo bem definido e prolongado.Muita polivalência na hora de ir à mesa, com entradas a sopas de peixe ou marisco, passando pelas saladas e os pratos de carnes brancas. 90 pts

17 julho 2016

Vidigueira Grande Escolha branco 2013


O topo de gama da Adega da Vidigueira, o Grande Escolha que nasce a partir das castas Antão Vaz e Perrum, com direito a passagem por madeira nova durante três meses. A mostrar-se com bonita complexidade, cheio de fruta de pomar e algum citrino, envolvida pela tosta/fumado da madeira que lhe dá sensação de untuosidade e por uma boa frescura que domina o conjunto. Flores de segundo plano acompanham um muito subtil toque balsâmico que se embrenha no conjunto. Boa presença na boca, bela acidez a levar o vinho a todos os recantos com muito sabor, leve a sensação de untuosidade que acompanha a fruta . Belo final cheio de sabor e persistência. Por coisa de 8€ é uma belíssima companhia para uns achigãs grelhados com hortelã da ribeira. 91 pts 

14 julho 2016

Vidigueira Rosé 2015

Este Rosé é uma novidade e apresenta-se como o Ato III - A Saudade; da Adega Cooperativa da Vidigueira, Cuba e Alvito num vinho que nasceu de um lote de Aragonês e Touriga Nacional. Pouca graduação, são apenas 12,5% Vol. num vinho de aromas frescos e centrado na fruta vermelha, compacto e directo, com notas fumadas e vegetal em segundo plano. Na boca estrutura mediana com fruta bem presente a dar sabor, termina bem seco. Custa 2,79€ no Clube de Vinhos Benfica. 88 pts

13 julho 2016

Marquês de Marialva Espumante Extra Bruto Cuvée 2010


Do rejuvenescimento levado a cabo pelas Adegas Cooperativas na última década um pouco por todo o Portugal há algumas onde os vinhos atingiram patamares de destaque. Este é um desses casos que se apresenta como o topo de gama da Adega de Cantanhede (Bairrada) no que a espumantes diz respeito. Com enologia de Osvaldo Amado, o lote é composto por 85% de Arinto e o restante de Baga, com direito a um estágio mínimo de 36 meses em cave e mais 6 meses após dégorgement. De aroma elegante e fresco, bonita complexidade a misturar fruto seco com citrinos maduros, pão torrado e ligeiro floral. Cheio de personalidade, com palato amplo e fresco, boa presença da fruta em conjunto com sensação de ligeira cremosidade/mousse que se prolonga até final. Fantástico a acompanhar uns camarões grelhados com molho de manteiga e limão. 92 pts

12 julho 2016

Quintas de Melgaço Alvarinho Super Reserva Bruto 2012

Se há bebida que invoca a festa e a celebração, é sem dúvida alguma o espumante. Num momento de pura partilha e de celebração da vida, mostrou ser uma belíssima surpresa este Espumante Super Reserva das Quintas de Melgaço, com preço a rondar os 15€. Um espumante que conquista pela qualidade bem acima da média, capaz de deliciar todos os presentes e colocar nos mesmos um sorriso no rosto.Com um aroma centrado na fruta de tons citrinos, é embrulhado em frescura com uma boa sensação de biscoito em fundo. Muito fresco e preciso, elegante e ao mesmo delicado nos aromas. Na boca é a frescura que o domina, num misto de citrinos com sensação de cremosidade a meio palato que se dilui num final longo de boa persistência. 92 pts

08 julho 2016

Quinta da Gândara Reserva Touriga Nacional 2011

Este Quinta da Gândara, preço a rondar os 18,50€ em formato tinto é claramente o oposto do branco, mostrando um vinho cujos aromas remetem no imediato para o Dão. Num vinho com um conjunto que mostra uma Touriga Nacional fresca e madura, com boa exuberância e nota floral, casca de laranja com ligeira ponta de austeridade em pano de fundo. Tudo embalado num tom guloso, embrulhado em notas de cacau, especiarias, geleia de frutos do bosque, com uma boa dose de frescura num conjunto coeso e saboroso. 91 pts

04 julho 2016

Valle Pradinhos Reserva 2011

Durante anos a fio o Valle Pradinhos foi companheiro à mesa de inúmeras e animadas tertúlias, tinto e branco raramente falhavam e até mesmo o irmão Porta Velha. Foram sem qualquer dúvida os primeiros grandes vinhos de Trás os Montes, aqueles que marcaram um percurso e que desde que me lembro sempre mostraram ter um bom potencial de envelhecimento e onde as castas "estrangeiras" marcavam presença sem que se estranhasse o nome, cheiro ou sabor. Os anos passaram e perdeu-se o contacto, quando o voltei a encontrar vinha envolto numa imensa "rebaldaria familiar" com outras tantas referências, que fiquei sem saber qual seria aquele que mais se aproxima do "antigo" Valle Pradinhos. Arrisca-se no Reserva cujo preço ronda os 9,50€ e nos mostra um conjunto equilibrado com frescura, ligeira rusticidade num aroma que nos remete para fruta madura, aroma vegetal fresco de segundo plano com aroma terroso no final. Saboroso e especiado, boa frescura com corpo mediano a mostrar fruta fresca, em final de boa persistência. 90 pts
 
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